domingo, 22 de novembro de 2015

ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA PODE SER ALIADA CONTRA OBESIDADE NA FASE ADULTA

Por Turíbio Barros 

De acordo com estudo realizado por grandes centros de pesquisa europeus, aptidão física tem mais influência do que herança genética para gerar futuro mais saudável. A obesidade é considerada uma verdadeira epidemia com consequências desastrosas para a saúde. Até mesmo países europeus, que não apresentavam este problema, já manifestam enorme preocupação com o assustador crescimento dos índices de ganho de peso em suas populações e investem de maneira consistente em pesquisas e políticas de saúde com o intuito de prevenção. 
Um exemplo é um estudo multicêntrico publicado no Medicine and Science of Sports and Exercise. O estudo foi conduzido em parceria por três grandes centros de pesquisa na Suécia, Espanha e Estônia. Os pesquisadores acompanharam 598 meninos e meninas de 9 anos de idade durante seis anos. Peso, altura, aptidão física, nível educacional e um eventual sobrepeso dos pais foram as varáveis analisadas. Os resultados apontaram para conclusões bastante interessantes. Os meninos apresentaram maior incidência de sobrepeso e obesidade do que as meninas. Das variáveis analisadas, a melhora de aptidão física durante esse período de seis anos de crescimento e desenvolvimento foi o melhor indicador de prevenção. 
A variável de aptidão física mensurada durante o acompanhamento foi o consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), que reflete o índice de aptidão cardiorrespiratório. Os pesquisadores concluíram que, para cada incremento de aproximadamente 1 MET (que corresponde em média a uma melhora de 8% da aptidão física), havia uma redução em torno de 10% do risco de sobrepeso e obesidade na adolescência. As crianças que melhoravam sua aptidão física durante esta fase de crescimento e desenvolvimento eram aquelas que aderiam mais precocemente a programas de prática regular de exercícios físicos. A melhora da aptidão física tinha maior influência do que a própria herança genética ou nível educacional dos pais. 
O estudo enfatiza a enorme importância do estímulo à prática de atividades físicas já nas fases mais precoces da vida. Esta fase, entre os 9 e 15 anos de idade, parece ser o momento biológico mais importante para prevenção do ganho excessivo de peso na fase adulta. A melhor atitude para prevenção da obesidade será investir na melhora da aptidão física, o que certamente terá também influência na adoção de hábitos de vida mais saudáveis, contribuindo para um conceito pleno de promoção de saúde.

domingo, 1 de novembro de 2015

7 PASSOS PARA UM RETORNO SEGURO AO ESPORTE APÓS CIRURGIA NO JOELHO

Por Adriano Leonardi 

Algumas dicas são procurar um bom cirurgião, fisioterapeuta e profissional de Educação Física, informa-se sobre o procedimento, ter paciência, avaliar o reequilíbrio muscular e fortalecer a musculatura. O número de pessoas submetidas a procedimentos cirúrgicos no joelho tem aumentado no Brasil e no mundo. A melhoria da curva de aprendizado dos cirurgiões associada a tecnologia permite hoje realizar procedimentos complexos por videoartroscopia ou por navegação computadorizada. 
Nos Estados Unidos da América, por exemplo, estima-se que sejam realizadas ao ano 100 mil cirurgias de reconstrução do ligamento cruzado anterior. O retorno ao esporte após uma cirurgia no joelho depende da qualidade técnica do cirurgião, de uma equipe multiprofissional competente e, principalmente, da cooperação do atleta. Seguem aqui os 7 passos fundamentais para uma cirurgia bem sucedida e um retorno seguro aos esportes:

Procurar um bom cirurgião Hoje em dia, tanto a Sociedade Brasileira de ortopedia e traumatologia (SBOT), como Sociedade Brasileira de cirurgia do joelho (SBCJ) disponibilizam online o rol de profissionais especialistas aprovados, portanto capazes de abordar melhor doenças do joelho. Verifique o currículo do médico selecionado. Profissionais envolvidos em pesquisas, pós graduados e que façam parte de grupos de especialidade (ex: grupo de traumatologia do esporte da Santa Casa de São Paulo) costumam aliar a ciência com a experiência. 
Procurar um bom fisioterapeuta Peça indicação de fisioterapeutas ao seu médico. Uma boa comunicação entre profissionais e estabelecimento de protocolos de reabilitação está estatisticamente ligada a melhores resultados. Verifique com seu médico a possibilidade de realizar fisioterapia pré-operatória. Caso não haja contra indicações, como lesões meniscais bloqueando joelho ou lesões concomitantes a outros ligamentos do joelho, a fisioterapia pré-operatória mantém a musculatura trófica, melhora a dor e mantém o arco de movimento normal do joelho. 

Informar-se bem sobre o procedimento Discuta com seu médico a técnica a ser utilizada na cirurgia proposta e o período pós-operatório. Tudo isso terá impacto no retorno ao esporte. 
Paciência nas primeiras semanas A reabilitação do ligamento cruzado anterior, por exemplo, leva seis meses em média e o retorno pleno ao esporte deve ser gradual, após melhoria do condicionamento físico e sob a supervisão de um bom treinador. Algumas cirurgias exigem o uso de muletas com descarga total de peso, outras exigem imobilização. Tanto antes da cirurgia quanto depois, a musculatura do membro afetado, principalmente a musculatura da coxa sofrerá atrofia, denominada “inibição artrogenica do quadríceps". Em outras palavras, o grupo muscular fica inibido e, além de atrofiar, não responde completamente a estímulos voluntários de contração. Mas isso é totalmente revertido por uma fisioterapia bem feita. 

Avaliar e promover o reequilíbrio muscular Para o retorno seguro ao esporte, considero fundamental a realização da avaliação isocinética, idealmente no quarto e sexto mês pós-operatório a fim de se avaliar força, potência e resistência da musculatura e auxiliar no trabalho de grupos musculares que, por ventura, estejam fracos e desequilibrados. 

Fortalecer a musculatura direcionando ao esporte com um profissional de Educação Física. O trabalho de fortalecimento iniciado pelo fisioterapeuta deve ser passado a um bom profissional da educação física, que entenda bem a lesão e que siga bem o protocolo iniciado pelo fisioterapeuta sob proteção articular, mantendo sempre a comunicação entre profissionais da saúde. 

Retornar devagar ao esporte É muito comum que haja ansiedade no retorno ao esporte.Cada modalidade esportiva tem seu tempo de retorno, respeitando a biologia e qualidade da reabilitação empregada. Picos de treino podem causar sobrecarga no joelho atrasando ainda mais o tão sonhado retorno às quadras, ruas, trilhas e aos gramados!