terça-feira, 11 de novembro de 2014

ESTUDO COMPROVA: PROTEÍNA LOGO APÓS O TREINO AUMENTA A MASSA MUSCULAR

Por Turíbio Barros 

O processo de remodelamento muscular é o complexo mecanismo através do qual os músculos adquirem os benefícios do estímulo do exercício. Ele tem início imediatamente após um treino e pode durar até 72 horas ou mais, dependendo da intensidade e duração do exercício realizado. O processo compreende um verdadeiro remodelamento do músculo, no qual a síntese de proteínas e as modificações estruturais são fatores determinantes tanto da melhora funcional quanto do ganho de massa muscular. 
Um estudo recentemente publicado (julho de 2014) na revista científica "Amino Acids" investigou o benefício da suplementação de proteína na ativação das células satélites quando administrada imediatamente após uma sessão de exercícios de fortalecimento muscular. Os voluntários do estudo consumiam Whey Protein imediatamente após o treino e eram submetidos à biopsias do músculo solicitado 24, 48 e 168 horas após. Quando comparados com um grupo controle que não recebia a proteína, os voluntários apresentavam uma significativa proliferação das células satélites, caracterizando um importante benefício para o remodelamento do músculo e aumento da massa muscular. 
Existe um processo de ativação da ultra-estrutura do músculo esquelético do qual fazem parte as chamadas células satélites, que são considerada células não diferenciadas, capazes de serem ativadas pelo estímulo do exercício, o que é essencial para a regeneração e o remodelamento do músculo. Os resultados do estudo comprovam a ideia de que o pós-exercício é um momento especial, durante o qual existe de fato uma “janela de oportunidade” que pode e deve ser aproveitada, principalmente com o aporte de nutrientes adequados, capazes de potencializar os benefícios do exercício.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

TRANSPLANTE DE CARTILAGEM PODE CURAR LESÃO COMUM NO JOELHO DE ESPORTISTAS

Por Adriano Leonardi 

No joelho normal, as extremidades dos ossos são cobertas pela cartilagem, que permite o deslizamento suave dos ossos como uma almofada, que absorve o impacto durante a carga e o movimento. Neles, a espessura da cartilagem pode atingir alguns milímetros e é mais espessa nas regiões que recebem mais peso. Na rótula, pode chegar a atingir os 8mm. A doença da cartilagem no joelho afeta uma apreciável percentagem da população e é, infelizmente, uma lesão comum nos esportes. A lesão da cartilagem (ou lesão condral) pode ocorrer por um trauma como contusão, queda de altura ou entorse. Uma vez lesada, há deterioração deste tecido, que perde a sua regularidade e plasticidade em variados gradientes. 
Os estágios de alteração da integridade da cartilagem vão desde o simples amolecimento, passando pela fissuração e fibrilação, até o seu descolamento completo do osso subjacente, com desenvolvimento de verdadeiras crateras de dimensões variáveis, por vezes com alguns centímetros quadrados de superfície. O resultado é a dor, que pode ser desencadeada durante o esporte ou pode progredir para atividades da vida diária. Além disso, as lesões cartilaginosas cursam também com episódios de inchaço. A cartilagem, ao contrário da pele e outros tecidos bem vascularizados, tem baixíssimo poder de cicatrização (baixo turn over) por ser um tecido avascular (sem vasos sanguíneos). 

Uma vez lesada, ela degenera e causa sintomas. A mosaicoplastia do joelho é um procedimento cirúrgico indicado para as lesões focais (crateras), bem delimitadas e pouco extensas. Ela consiste no preenchimento dessas áreas desprovidas de cartilagem ou com cartilagem francamente deteriorada, por um transplante de cartilagem “saudável”, colhida em áreas da mesma articulação, mas não envolvidas no contato articular ou que recebam peso. Ao possibilitar a “pavimentação” de uma cratera articular, a mosaicoplastia permite que se crie, ao fim de algumas semanas, uma nova superfície de cobertura, constituída por cartilagem e fibrocartilagem de aceitáveis qualidades plásticas e de efetividade duradoura. 
O paciente ideal para esta cirurgia inclui: 
- Idade menor que 50 anos; 
- Ausência de artrose; 
- Lesão focal de 1 a 4 cm2; 
- Falha de procedimentos prévios como as microfraturas. 

No período pós-operatório, o paciente deve manter a deambulação com um par de muletas, evitando soltar o peso no membro operado por, pelo menos, seis semanas. No período de três a quatro meses, é esperada intensa atrofia muscular da coxa por desuso e este deve ser um dos principais focos do fisioterapeuta que acompanhará o paciente. Espera-se que haja atividade biológica cicatricial na lesão por até seis meses. O maior indicativo da cura da lesão é a melhoria da dor, podendo dispensar exames de imagens que levam muito tempo para se normalizar.