O controle obtido pela monitoração das cargas de treinamento através da coleta de dados que representam as variáveis fisiológicas são de primordial importância, pois analisam de forma precisa e pontual o estado do atleta, a realização de expectativas de desempenho e a correção das cargas de treinamentos.
A realização da coleta dos dados referentes às variáveis fisiológicas e sua utilização na compreensão da característica do treinamento, revelam adaptações hormonais, imunológicas, enzimáticas e energéticas tornando o treinamento mais adequado e possibilitando resultados eficientes.
Mesmo com alguns avanços nos estudos que se referem à distribuição e realização das cargas de treinamento, ainda não foi identificado um marcador confiável, de fácil utilização e que seja específico para cada tipo de atividade. Isso dificulta a monitoração da resposta do atleta ao estímulo ao qual foi aplicado, para além de verificar níveis iniciais de “overtraining”. Com toda a evolução que hoje possuímos nas áreas que se referem à preparação física , podemos verificar que nenhuma variável pode ser avaliada isoladamente, pois os ganhos e perdas são causados por processos multivariados e que estão repletos de marcadores fisiológicos, psicológicos bioquímicos e imunológicos. Por isso a monitoração deve ocorrer de forma multidisciplinar, associando ao máximo as informações das variadas áreas de conhecimento.
A variação das cargas aplicadas nas sessões durante toda a semana parece ser a responsável pelos ganhos de desempenho, tornando essencial avaliar se as variáveis e distribuições de volumes e intensidades foram bem aplicadas, favorecendo assim as adaptações positivas.
Já há algum tempo, os profissionais que se relacionam com a área da preparação física buscam meios de quantificar e qualificar as cargas relacionadas ao treinamento. Para isso têm sido utilizadas algumas ferramentas para se determinar valores para a intensidade, volume, e para as medidas bioquímicas como a glicemia, lactato sanguíneo e a creatina quinase com o objetivo de caracterizar a sessão de treino, afim de diminuir a possibilidade da ocorrência de lesões e “overtraining”.
Os treinamentos que envolvem atividades de alta intensidade são difíceis de serem controlados, principalmente quando nelas estão envolvidos exercícios acíclicos, muito encontrados nos esportes coletivos e intermitentes, por isso no futsal se torna de extrema importância a monitoração da intensidade, pois esta é uma modalidade que se encaixa nas características ditas anteriormente. Para se determinar a intensidade ocasionada pela execução de uma ação motora têm-se utilizado algumas ferramentas, sendo as mais utilizadas, a frequência cardíaca e a escala subjetiva de esforço. Os pesquisadores nos últimos anos tem se interessado em saber como o sistema cardiovascular responde a partir de um estímulo ou estresse e de como definir sua mensuração de forma não-invasiva para avaliar a função do Sistema Nervoso Autônomo. A partir da verificação da frequência cardíaca dos atletas se tem uma real informação sobre como o organismo do atleta respondeu a um determinado estímulo e se ele se adaptou ou não a ele, organizando e sistematizando de forma mais correta à periodização planejada. Porém a frequência cardíaca não é a única ferramenta utilizada para a determinação da intensidade do treinamento, a escala subjetiva do esforço produzida por BORG (1982) tem sido muito usada, devido a seu feedback positivo e baixo custo, em grande proporção pelos preparadores físicos e fisiologistas. A escala subjetiva do esforço associada às medidas bioquímicas como lactato sanguíneo, glicemia entre outras variáveis, o tornam um excelente marcador de intensidade. A utilização das informações coletadas pela escala subjetiva de esforço juntamente com os dados coletados pelas medidas bioquímicas permitem de forma precisa detalhar as adaptações enzimáticas, hormonais, imunológicas e energéticas que tornam o planejamento mais adequado e que levariam ao atleta a um condicionamento físico de excelência.
Texto: David Cardoso (Fisiologista Corinthians Futsal)
Texto: David Cardoso (Fisiologista Corinthians Futsal)
Caramba!! é muito interessante, não fazia idéia..rs
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