Fonte: globo.com por Nabil Ghorayeb
Palpitações, acelerações, taquicardias, falhas dos batimentos cardíacos assustam, preocupam, fragilizam e dão sensação de que algo ruim está acontecendo. Muitas pessoas as descrevem como uma sensação de vazio na boca do estômago com um nó na garganta ou uma horrível aceleração no peito. Todos esses adjetivos servem para definir uma crise de arritmia cardíaca, nome geral de qualquer falha ou irregularidade dos batimentos cardíacos.
O ritmo cardíaco regular varia de 40/50 batimentos por minuto nos atletas bem condicionados até 100/min em um indivíduo descansando. Em média, o ser humano normal tem seus batimentos ao redor de 80/min. Numa emoção violenta ou durante um exercício físico, a frequência cardíaca pode subir instantaneamente de 70/80 para 100/120, sem que isso necessariamente signifique doença. Podemos chamar isso como crise de taquicardia ou aceleração emocional de curta duração.
Se durante seu treino, você vinha mantendo sua pulsação na faixa de 140/150, de repente você sente que o seu frequencímetro “pula” para 180/200 sem motivo aparente, está ocorrendo uma taquicardia ou aceleração do coração, de causa a ser esclarecida. Imediatamente devemos procurar um pronto-socorro para, se possível, registrar essa arritmia pelo eletrocardiograma, uma das poucas maneiras de chegarmos ao diagnóstico médico.
Outra arritmia comum em quem pratica exercícios regulares há muito tempo são as extrassístoles ou falhas no batimento cardíaco.
Mesmo frequentes (quando contamos mais de 2000 falhas em 24h pelo exame Holter, exame que usa um gravador contínuo do eletrocardiograma), na maioria das vezes elas têm um caráter benigno. Evidentemente que só o especialista pode definir o diagnóstico e a possível conduta e evolução. Dependendo do tipo de arritmia, da sua causa cardíaca e da sua repercussão na saúde, será decidido o melhor tratamento, que poderá ser clínico, apenas com medicação; ou por meio de uma intervenção com cateter, cuja ponta emite radiofrequência como uma espécie de “cauterização” do foco da arritmia no coração.
A esse procedimento chamamos de Ablação. No período do diagnóstico e tratamento, muitas vezes é necessário o afastamento das atividades físicas.
Tudo isso serve para concluirmos que arritmias existem com certa frequência em praticantes de exercícios e esportes, e seu risco de vida é baixo e variável, pois o diagnóstico exato e a eficiência dos tratamentos facilitam sua cura.