quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ANABOLIZANTES E SUPLEMENTOS: AS DIFERENÇAS E RISCOS DE CADA OPÇÃO

Fonte: globoesporte.com 

Quando o assunto é aumentar a massa muscular, sempre tem quem busque um resultado mais rápido do que o simples treinos de musculação oferece. Essa "ajuda" pode vir de duas formas: com anabolizantes ou suplementos nutricionais. Mas qual é a diferença entre eles? São dois produtos completamente diferentes. Os anabolizantes são feitos a partir de hormônios e proporcionam maior força. Já os suplementos são extraídos dos alimentos e vêm para completar a dieta. 
O anabolizante é ilegal e geralmente conseguido no "mercado negro", enquanto os suplementos são liberados - disse a nutricionista esportiva Elisa Berkenbrock. De acordo com o cardiologista Nabil Ghoraeyb, a indicação para uso de anabolizantes só existe em casos diferenciados: - São indicados em casos de deficências clinicas dos níveis de testosterona, grandes quadros de caquexia (tipo de desnutrição aguda que leva ao emagrecimento repentino) ou doenças graves e desgastes físicos severos após cirurgias de grande porte - explicou. 

O DJ Felipe Sabino, de 31 anos, conta que estava acima do peso, mas emagreceu e decidiu usar esteroides para ganhar músculos em pouco tempo com trabalho de hipertrofia na academia. - Era uma paciente com quadro de obesidade mórbida e pesava 150kg. Mudei o meu estilo de vida, consegui perder 50kg em um ano e fugi da cirurgia bariátrica. Até chegar o momento em que achei interessante começar a usar anabolizantes - contou o DJ de 31 anos. Médica e diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Carmem Assumpção explicou que o culto ao vigor físico que existe nos dias atuais tem contribuído para esse uso indiscriminado de anabolizantes visando aumentar a massa muscular rapidamente. - É totalmente inadequado. Os médicos não compactuam com esse uso de anabolizantes para qualquer condição de melhora de desempenho. São drogas que promovem efeitos colaterais gravíssimos. Nós repomos os hormônios, como a testosterona, por exemplo, quando há uma necessidade clínica ou patológica - afirmou. 
Felipe, portanto, mal sabia o perigo que estava correndo. Pois o uso de esteroides podem causar problemas como a queda de libido, agressividade, disfunção da glândula tireoide e câncer de fígado. No caso das mulheres, a voz pode ficar mais grossa e também gera infertilidade. Sobre o consumo de suplemento, a nutricionista Elisa explica que não traz prejuízo à saúde, mas que precisa ser liberado após consulta individual. - Os suplementos alimentares, de um modo geral, são indicados para todas as idades. Desde uma criança que está com dificuldades para ganhar peso e pode usar proteína em menor dose ou até mesmo a creatina em idosos. Deve ser prescrito por uma especialista da área e não por um colega de academia - explicou Elisa. 

Nabil destacou que os anabolizantes oferecidos em academias vêm do exterior como forma de contrabando e usá-lo sem uma prescrição pode ser considerado criminoso. - O risco é evidente nos chamados ciclos. Do ponto de vista da ética, alguns médicos receitam com a desculpa de que alguns usuários devem ser retirados aos poucos desta dependência. A situação é grave e as complicações são enormes - encerrou o cardiologista.

domingo, 3 de novembro de 2013

POR QUE O ATLETA PODE SOFRER INFARTO? CARDIOLOGISTA EXPLICA OS MOTIVOS

Fonte: globo.com por Nabil Ghorayeb 

Algo que parece inexplicável, como um esportista que pratica corridas regularmente pode sofrer infarto? A noção que todos temos, é a de que uma vida ativa protege dessa doença. Sem dúvida a ciência considera o sedentarismo um dos fatores de risco para o infarto, tanto quanto o colesterol elevado, a hipertensão arterial, o tabagismo, o diabete e a obesidade. Sendo ele mais danoso que os possíveis riscos de problemas cardiovasculares desencadeados pela atividade física ou esportiva. 
Todas as mortes ocorridas em academias e nos esportes em geral tiveram suas causas esclarecidas, apesar de que praticamente a maioria da mídia, quando informa esses acontecimentos, costuma catalogar todos de morte súbita por infarto do miocárdio ou pior ainda por uma suposta parada cardíaca. Toda morte é uma parada cardíaca, seja por câncer, infarto, pneumonia, uso de anabolizantes e etc. Simplesmente significa que o coração parou! Portanto esse é um termo inadequado para informar a causa de uma morte! 

Agora, infarto do miocárdio é uma doença cardíaca bem definida, que quando ocorre pode ter umas das evoluções: 
1- morte súbita, 
2 -complicado por arritmias, 
3- complicado por insuficiência cardíaca, 
4- complicado por choque cardiogênico, 
5 - recuperado por angioplastia imediata e outras. 
A ocorrência de infarto num esportista ou atleta deve ser bem esclarecida, pois a atividade física pode ser um gatilho dessa doença, se a pessoa desconhece seu estado de saúde. Por isso insistimos que seja feita ao menos uma vez ao ano, uma avaliação médica especializada e repetida após alguma intercorrência médica. Num jovem com menos de 35 anos inegavelmente o infarto do miocárdio é muito pouco comum, porém os dados estatísticos do Comitê Olímpico Internacional conseguiram detectar em 40 anos, que surpreendentes 10% de mortes de atletas jovens foram provocadas pelo infarto do miocárdio, e mais ainda, a maioria tinha como fator de risco mais importante os níveis elevados de colesterol (outra surpresa). 

Os jovens atletas tinham entre 15 e 30 anos. Outra causa do infarto em jovens foi uma alteração congênita da anatomia da irrigação sanguínea do coração, conhecida como origem anômala maligna da coronária. As lições vêm confirmar algumas teses de que o esporte não corrige o colesterol ruim advindo dos maus hábitos de vida, principalmente da qualidade da alimentação, em relação ao consumo de gorduras, o que faz a diferença nos níveis do colesterol. A origem anômala poderia ser suspeitada pelo teste ergométrico e mesmo pelo ecocardiograma, se forem feitos por um médico. 
Adultos com mais de 35 anos, agora sim, tem no infarto a principal causa de morte na atividade física, e o dado mais esclarecedor, a imensa maioria dos casos estava com pelo menos dois dos fatores de risco não controlados efetivamente, por exemplo, a pressão estava só um pouco aumentada, o colesterol estava só um pouquinho acima do normal e assim por diante. O que obriga o médico ser rigoroso no tratamento desses fatores de risco. Concluímos que o esportista deve estar atento à sua saúde, para se prevenir do evento mais temido por todos, que é o infarto seguido de morte numa atividade física. Boas e saudáveis corridas.