quarta-feira, 10 de julho de 2013

CORAÇÃO COM HIPERTROFIA: DOENÇA TEM DIFÍCIL DIAGNÓSTICO E CAUSA É GENÉTICA

Por Nabil Ghorayeb 

O coração do atleta tem aumento das espessuras do seu contorno chamado de paredes cardíacas e das cavidades (os ventrículos) direito e esquerdo, até certo tamanho fisiológico. Mas, quando ultrapassam os limites, poderemos estar diante da miocardiopatia hipertrófica em vez do coração de atleta. Essa doença é de causa genética (mutação) e pode ser transmitida aos descendentes. 
A dificuldade é diferenciar o normal do anormal mesmo baseado em exames e na experiência do cardiologista. Segundo a recente Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício, das Sociedades Brasileiras de Cardiologia e de Medicina do Esporte, necessitamos da consulta clínica, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e até ressonância magnética do coração para podermos fechar um diagnóstico. Certos casos são considerados difíceis e aí podemos tentar diagnosticar pelo mapeamento genético (difícil e caro) mas que se positivo confirma o que deve ser. 

O problema mais frequente hoje em dia é que alguns diagnósticos por não seguirem a Diretriz e confundem coração de atleta normal e fisiológico com o de uma miocardiopatia, ou até pior, o inverso. Evidente que não existe certezas definitivas em medicina e muitas vezes a doença está no seu início e aí se confunde com o coração de atleta por não ter ultrapassado os limites ainda, por isso o acompanhamento médico periódico pode ajudar a esclarecer. 
Outra maneira de chegar ao diagnóstico é o afastamento das atividades físico/esportivas por 90 a 180 dias, se o coração diminuir de tamanho , provavelmente ele era de um coração de atleta e caso não se modificar ou continuar a aumentar de tamanho então é provável que seja o da miocardiopatia. Podemos dizer que hoje já temos algumas opções de tratamento clínico, de intervenção, com dispositivos como o marca passo, de cirurgia cardíaca e o de cateterismo com alcoolização de pequenas artérias coronárias. 

A vida esportiva dos portadores da doença deve ser muito bem definida com seu afastamento das competições e de exercícios mais intensos, na verdade cada caso deve ser visto individualmente e a conduta também personalizada para evitar riscos. Mais uma vez, ressaltamos que esportes e atividades físicas feitas com orientação, dentro dos limites de cada um e regulares não causam danos ou mortes, que só acontecem com usos de drogas proibidas , as lícitas como os anabolizantes, alguns energéticos estimulantes, excessos esportivos descontrolados, doenças não diagnosticadas ou não valorizadas pelos seus portadores. Pratique atividades físicas sempre com qualidade e em qualquer idade.

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