segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RELAÇÃO PREPARADOR FÍSICO X TREINADOR

Esta semana um amigo me pediu ajuda, pois está se formando e começará a trabalhar como preparador físico em uma equipe de futsal do sul do país, no entanto, diferente dos demais profissionais que estão iniciando sua atuação nessa área, ele me pediu informações e dicas sobre comando e relacionamento com atletas e comissão técnica, sendo que a maioria dos novos profissionais que entram em contato pedem orientação na montagem de ciclos de treinamentos e adaptações de carga de trabalho. Este fato chamou atenção e diante dessa situação, achei interessante escrever alguns textos instruindo e informando sobre a relação entre o preparador físico com atletas e também com demais membros da comissão técnica, neste texto específico falarei um pouco sobre a difícil e fundamental relação profissional entre treinador e preparador físico.

Em nosso esporte os treinadores geralmente tem uma grande vivencia na modalidade, sobretudo, muitos conhecimentos e convicções sobre treinamento desportivo, a primeira dica e talvez a mais importante é nunca colocar em “cheque” a capacidade e a qualidade do trabalho de um profissional, pois, afirmo a universidade ensina em média 20 a 30% sobre aquilo que faremos em nossa carreira, não por falha acadêmica, porém temos que entender que nossa modalidade e segmentos relacionados são apenas uma parcela pequena dentro da grade curricular, sendo assim o restante das informações que equivale a grande maioria do conhecimento necessário é obtido através da prática por meio de nossas vivências e principalmente por informações e situações passadas por profissionais com maior experiência.
Tive a oportunidade até hoje de trabalhar com grandes treinadores na seguinte ordem cronológica: Renato Vieira (atual treinador da equipe de Jaraguá do Sul) Fernando Ferretti e Marcos Moraes (treinador e auxiliar da equipe do Santos), com o russo Tymur Maiev em 2008 no Spartak, Flavio Cavalcante (atual treinador do São Paulo) e trabalhando atualmente com o campeão mundial PC de Oliveira, após conhecer um pouco do trabalho de cada profissional afirmo que cada um tem sua especificidade e acima de tudo sua forma de conduzir o momento e a pressão exercida sobre a equipe.

O respeito e a confiança são conquistados com o tempo e com a dedicação ao trabalho. Iram surgir situações aonde existirá divergência de opiniões, em casos como esse aconselho não tentar mudar a opinião ou provar que você esteja certo, acredito que seja importante expor sua opinião e aos poucos ir moldando o trabalho da forma que acredita ser o correto, no entanto, esteja sempre aberto a novas informações, pois nem sempre o que achamos ser o certo é de fato o correto. Aproveite todas as oportunidades para estar conversando com os treinadores, essa é uma excelente forma de aprendizado, durante o trabalho nunca tome as decisões isoladamente, tente sempre definir a periodização com o auxílio dos outros membros da comissão, principalmente o treinador, afinal ter uma segunda opinião de alguém que busca o mesmo objetivo que é o sucesso da equipe será sempre bem vinda. No entanto assuma sempre sua responsabilidade dentro da equipe, afinal qualquer fato relacionado à preparação física você deve estar ciente e ser o responsável, no início aparenta ser uma responsabilidade muito alta e difícil, porém, essa condição fará com que você esteja o tempo todo concentrado no seu trabalho e tendo a obrigação de buscar novos aprendizados.

Treinador e preparador físico geralmente são pessoas próximas, isso ajuda muito, no entanto o mais importante é cada um conhecer e confiar no trabalho do outro, respeitar o limite sobre suas opiniões e estarem dispostos a ceder quando for necessário.

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