Sempre quando falamos sobre as vias metabólicas e seu funcionamento, precisamos ter um rico conhecimento sobre as diferentes formas de treinamento e como cada tipo interfere e estimula as ações bioquímicas em busca da produção de energia. Pois sabemos que durante o treinamento todas as vias estão ativas, no entanto existe uma predominância de algum sistema dependendo da característica da atividade, em virtude de alguns fatores como volume, intensidade, tempo de recuperação e claro que algumas características individuais que precisam ser respeitadas e interferem na distribuição das vias metabólicas, como a individualidade biológica e o nível de condicionamento físico.
No treinamento aeróbio a via metabólica de predominância é a oxidativa, pelo fato da atividade caracterizar-se por ter um grande volume, porém geralmente de baixa ou média intensidade, dessa forma utilizamos a energia libertada pela oxidação de nutrientes de forma a produzir ATP, , usando para isso a energia libertada nas reações de oxidação e redução, detalhadamente essa via provoca a ressíntese de ATP através dos carboidratos e lipídios processados bioquimicamente no ciclo de Krebs e nas ações da cadeia respiratória que vão ressintetizar uma alta quantidade de moléculas de ATP. Esse sistema é estimulado pelo fato das vias anaeróbias não conseguirem produzir energia por um longo período, então enfatizamos a utilização do sistema oxidativo, assim conseguimos manter a produção de energia suficiente para continuarmos realizando determinada atividade.
Diferentemente das vias anaeróbias, aonde utilizamos principalmente os carboidratos como substratos para produção de energia, pelo fato de serem rapidamente processados, já no treinamento aeróbio além do carboidrato, realizamos a quebra e utilização de ácidos graxos livres na musculatura e de ácidos graxos do tecido adiposo no decorrer da atividade, que produzem relativamente uma quantidade energética maior, entretanto demoram mais tempo para serem processados pelo sistema oxidativo até serem utilizados em forma de energia. Além disso, o treinamento aeróbio provoca adaptações cardiovasculares, mitocondriais e aumentam significantemente a atividade das enzimas oxidativas. Então se os esforços físicos forem de baixa ou moderada intensidade, ativamos o sistema aeróbio, tendo em vista que as reações metabólicas realizadas na presença de oxigênio são suficientes para suprir a necessidade de ATP necessário.
Já no exercício intermitente, que são atividades, compostas por estímulos curtos de alta intensidade, separados por um período de recuperação ativa ou passiva, no início da atividade as moléculas de ATP são sintetizadas por intermédio do fosfato de creatina, que auxiliam na contração muscular rápida, no segundo momento utilizamos a glicólise anaeróbia para atingirmos a produção de ATP necessária à continuação do exercício, porém se essa atividade fosse puramente anaeróbia logo esgotariam as reservas de glicose e consequentemente seriamos levados à fadiga muscular, no entanto o exercício intermitente conta com a ajuda do sistema aeróbio, principalmente na ressíntese de CP, na remoção de lactato e no controle do PH sanguíneo. A grande diferença do exercício intermitente, são os intervalo de recuperação, pois mesmo passivo o sistema oxidativo consegue realizar a ressíntese qualificada de CP, consequentemente o sistema anaeróbio terá uma atividade prolongada na produção de energia e conseguirá realizar um número maior de estímulos.
Conclui-se então que existe grande diferença no tempo de solicitação na predominância das vias metabólicas, dependendo da característica do exercício proposto.
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