Fonte: globo.com por Cristiane Perroni
Na guerra para a perda de peso, chega um determinado momento que chegar ao peso desejado fica cada vez mais difícil e isso ocorre devido ao efeito platô. Por mais que siga ao programa alimentar fica mais difícil eliminar os “quilinhos” indesejáveis. Acredita-se que seja uma defesa do organismo para sobrevivência, uma redução do metabolismo.
Na nossa evolução houve mais escassez do que oferta de alimentos, portanto o nosso corpo se adaptou a estocar os alimentos para os momentos de falta.
Entretanto, atualmente há uma grande oferta de alimentos, no Brasil nunca houve tanta variedade e acesso aos alimentos e ao mesmo tempo a população de um modo geral reduziu seu gasto calórico em atividades básicas do dia a dia (melhora nos transportes, tecnologia...).
Com isso a manutenção do peso é cada vez mais difícil e a obesidade é hoje uma epidemia. A melhor forma de evitar o efeito platô é modificar a quantidade e qualidade da dieta e dos exercícios, o corpo teria maior dificuldade para se adaptar e estagnar o peso. Em relação ao exercício físico modificar treinos e modalidades é mais fácil e prazeroso, entretanto modificar dietas é mais complicado porque o papel do nutricionista é formar hábitos e quanto mais adaptado o paciente estiver melhor seguirá a dieta, porém mais facilmente entrará no platô.
Quando elaboramos o programa alimentar e fazemos o cálculo da dieta levamos em consideração o peso inicial e conforme o peso irá reduzindo o valor calórico desta dieta também reduzirá. Um indivíduo que inicia o tratamento com 100kg terá uma dieta com valor calórico maior do que quando ele alcançar 70kg. A primeira dieta é a de maior número de calorias.
Na prática não tem como reduzirmos sempre o que estamos ingerindo, existe um limite de restrição que deve ser feito. Por isso é fundamental aliar exercício físico no programa alimentar, desta forma não será necessário fazer grande restrição calórica e também melhora e trata a composição corporal. Lembrando que quanto maior a massa muscular maior é a nossa aceleração metabólica, mais calorias gastamos parados.
O fracionamento da dieta e o próprio ato de se alimentar também favorece a aceleração metabólica através do EFEITO TÉRMICO DO ALIMENTO (ETA), energia necessária para digerir, absorver, transportar e armazenar os nutrientes. Realizar de quatro a seis refeições diárias também seria benéfico.
A modificação da composição da dieta também pode favorecer a aceleração do metabolismo. Existe “perda de energia” durante a metabolização dos nutrientes e cada nutriente possui um valor: proteínas de 25 a 30%, carboidratos 6 a 8% e lipídeos 2 a 3%.
Aumentando um pouco a quantidade ou o percentual de proteínas da dieta podemos induzir uma maior aceleração do metabolismo, por ela promover aceleração metabólica.
Manteria o mesmo valor calórico da dieta, mas modificaria a distribuição de carboidratos/ proteínas/ gorduras.
Fazer lanches combinando carboidratos com proteínas como: sanduiche de queijo magro com peito peru; iogurte com cereal; torradas com queijo magro; whey protein batido com banana, barra de proteína. Desta forma evitamos picos glicêmicos e conseguimos lanches ricos em carboidratos e proteínas.
Durante o emagrecimento longo, perda de muitos quilos como nos diversos graus de obesidade, é preciso calma e paciência. O efeito platô é muito comum, mesmo quando ainda faltam muitos quilos a perder, mas o corpo volta a reduzir “ele” só precisa de um tempo para se adaptar a este novo patamar de peso.
A dieta precisa estar regularmente sendo recalculada quantitativamente e qualitativamente. As metas precisam ser revistas e novas estratégias formuladas, GUERRA É GUERRA! O maior aliado à dieta e talvez o que tenha maior peso para derrubar o PLATÔ é o exercício físico, por promover maior consumo de calorias durante a prática esportiva e mudar a composição corporal do indivíduo.
Quando aliamos a dieta, o exercício de força e o exercício aeróbico garantimos a mudança da composição corporal, redução da gordura corporal - real emagrecimento e aumento da massa muscular e consequente aumento do gasto energético em repouso.