quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: ALÉM DO "BALDE DE GELO" SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA.

Por Raquel Castanharo 

A doença pela qual algumas figuras públicas estão participando do “desafio do balde de gelo” é a esclerose lateral amiotrófica. Na ELA, ocorre uma degeneração progressiva dos neurônios motores, que são os responsáveis pela movimentação de todos os músculos do corpo, inclusive os responsáveis pela respiração. A causa dessa patologia ainda é desconhecida, onde a maioria dos casos (90%) surge sem histórico familiar e os outros 10% atingem pessoas da mesma família. 
A ELA gera diminuição da força e atrofia muscular, afetando não apenas a movimentação do corpo como também a fala, a deglutição e a função respiratória, enquanto a função cognitiva e sensibilidade da pele permanecem preservadas. A expectativa de vida após os primeiros sintomas é de em média três anos, porém existem casos raros onde a vida se prolonga por mais tempo, como o do cientista Stephen Hawking, que vive com a doença há 51 anos. O tratamento multidisciplinar é essencial para melhorar a qualidade de vida da pessoa com ELA e a fisioterapia exerce um papel importante nos seguintes quesitos: 

• Exercícios 
A fraqueza muscular inerente à ELA pode ser agravada pela inatividade do paciente no início da doença. Exercícios leves e bem orientados por um fisioterapeuta trazem benefícios como a manutenção da maior independência possível do paciente e por mais tempo. 
• Mobilização e conforto 
A progressão da doença pode levar a deformidades articulares. Mobilizações, alongamentos e posicionamento adequado sentado ou deitado são importantes para a preservação da mobilidade e maior independência funcional possível. O uso de órteses que mantenham o pé na posição mais funcional podem até prolongar a capacidade de andar. 
• Auxílio respiratório 
 A insuficiência respiratória é a principal causa de morte na ELA e ocorre devido à falência dos músculos da respiração. A fisioterapia respiratória tem um importante papel na prevenção de infecções, como pneumonia, no treinamento da musculatura respiratória quando ainda possível e no suporte à ventilação com intervenções externas (ventilação mecânica invasiva ou não invasiva). A fisioterapia tem sido muito importante no tratamento da ELA, melhorando a qualidade de vida das pessoas com a doença e promovendo intervenções para aumentar sua sobrevida. Porém ainda existe um longo caminho a ser trilhado sobre o tratamento, no que diz respeito a eficácias das técnicas existentes e à descoberta de novos recursos. 

Colaboração: Fisioterapeuta Adriana Sellmer, especialista em fisioterapia respiratória e neurológica.

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