segunda-feira, 22 de setembro de 2014

PUBALGIA: INCIDÊNCIA É MAIOR NO FUTEBOL E TÊNIS, E PODE COMPROMETER CARREIRAS.

Por Adriano Leonardo 

A pubalgia, também conhecida como pubeíte ou osteíte púbica, é em uma condição dolorosa da sínfise púbica ou na origem adutora que se agrava gradativamente com o esforço físico e melhora com realização de repouso e exercícios fisioterápicos. Infelizmente, sua ocorrência nos esportes tem aumentado. Especialmente em adolescentes e adultos jovens praticantes de esportes nos quais se faz necessária a realização de chutes repetitivos e mudanças abruptas de direção, como, rúgbi, hóquei, tênis e, em especial no futebol e futsal. Acometendo com maior frequência os jogadores de meio de campo por conta do toque de bola aos atacantes, mecanismo composto de adução e rotação externa do quadril. 
A pubalgia pode ser do tipo aguda (pubalgia traumática) ou crônica (pubalgia crônica), causada por repetições. Acredita-se que o excesso de tração muscular com vetores multidirecionais leve à degeneração da sínfise púbica. O diagnóstico da pubalgia é realizado através de uma avaliação dos sintomas, juntamente com uma avaliação biomecânica. No exame clínico, observa-se a presença de uma exacerbação de sensibilidade no tubérculo púbico anterior. A dor também pode ser mimetizada pela flexão do quadril, rotação interna e contração da musculatura abdominal. O importante no diagnóstico é estabelecer uma relação entre o histórico e o exame físico. A radiografia simples pode mostrar a degeneração da sínfise púbica, e a ressonância magnética mostra o edema ósseo característico da lesão. 

Deve-se realizar o diagnóstico diferencial de outras patologias, como a síndrome do músculo piriforme, tendinose do iliopsoas, osteíte púbica, dentre outras. Nota-se que a lesão ocorre: 
- bilateralmente em 12% dos casos; 
- inicia-se na região são os adutores em 40% dos casos; 
- na área perineal apenas em 6% dos casos; 
- um aumento gradual da dor em 70% dos casos; 
- um início traumático e doloroso em apenas em 30% dos casos. 
O tratamento conservador da pubalgia traumática, caso não haja perda de mobilidade, pode ser o repouso associado ao uso de anti-inflamatório, gelo, bandagens funcionais e acupuntura. Visa, basicamente, o fortalecimento, alongamento e reequilíbrio dos grupos musculares envolvidos na lesão. Deve ser sempre instituído para o atleta amador. Assim como em outras lesões, o bom senso deve prevalecer no tratamento da pubalgia. Em atletas profissionais ou adolescentes que pretendem se profissionalizar nos esportes, o afastamento prolongado ao esporte pode comprometer o rendimento e, consequentemente, a carreira. 

Por este motivo, havendo falha no tratamento conservador, deve-se optar pelo tratamento cirúrgico. No período pós-operatório, a reabilitação deve ser iniciada o mais rápido possível. Inicialmente focando o tratamento do hematoma e mantendo o alongamento cirúrgico dos adutores que, se não mantido, pode recidivar rapidamente. Posteriormente, focado no fortalecimento, propriocepção e treino de pliometria direcionado ao esporte sob a supervisão de equipe multidisciplinar.

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