quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

PREPARADOR FÍSICO COM PASSAGENS POR EQUIPES DE SC FALA SOBRE AS DIFICULDADES PARA AS EQUIPES QUE NÃO DISPUTAM A LIGA FUTSAL

Por Gustavo Teixeira: preparador físico do Florianópolis Futsal 

A Divisão Especial de Santa Catarina hoje se caracteriza no papel por um dos mais fortes campeonatos de futsal do pais, por ter o maior numero de equipes representando o estado na Liga Nacional de Futsal, ao todo são 6 (seis) equipes, Jaraguá Futsal, Krona Joinville, Concórdia Futsal, Blumenau Futsal, Floripa Futsal e Unisul Tubarão. Em 2015 teremos as equipes de Xaxim, Chapecó e Joaçaba (estas confirmadas até então), faria nossa competição ter apenas 9 equipes na principal divisão. 
Um dos principais motivos da falta de interesse em outras equipes em participar da divisão especial é o pouco apoio das empresas, isto acaba fazendo com que tenham pouco investimento e consequentemente um elenco reduzido e pouco capaz de fazer frente às grandes equipes do estado que disputam a Liga Nacional. O fato de trabalhar com poucos atletas acaba causando uma sobrecarga de trabalho o que pode acarretar em lesões o que complicaria mais ainda a temporada destas equipes, normalmente as equipes da liga trabalham com 15, 18 adultos mais alguns atletas da base, estas equipes menores, trabalham em média com 10, 12, no máximo 15 atletas isso já contando com atletas juvenis. 
No ano de 2014 trabalhei na equipe do Caça e Tiro de Lages, primeiro semestre tínhamos 14 atletas, sendo 3 goleiros e 1 juvenil, nos apresentamos depois das demais equipes, tivemos poucos dias de pré temporada, poucos amistosos, o que dificultou um pouco o inicio da temporada, não fizemos uma boa Divisão Especial, o que colocou o trabalho da comissão técnica sobre avaliação, foram algumas lesões e o trabalho feito a longo prazo não surtiu efeito, para o segundo semestre, após uma reformulação, ficamos com 10 atletas de linha e 3 goleiros, mudei o sistema de trabalho, focando mais em potencia, resistência e força, como os atletas já vinham de uma carga de jogos e trabalho, pude fazer isso em uma inter temporada, mas qualquer lesão poderia acabar com o treino devido ao pequeno numero de atletas, trabalhamos muito propriocepção e treinos de core, para reduzir as chances de lesões. 
Os resultados melhoraram significantemente e acabamos por conquistar um titulo importante que foi a Taça Santa Catarina, competição esta que foi formada pelas equipes que não disputaram a Liga Nacional. Isso foi um breve resumo da temporada em uma equipe que não joga liga nacional. Dentre as maiores dificuldades na parte física, cito o curto espaço entre pré-temporada e competições, o numero reduzido de atletas faz com que tenhamos uma preocupação maior com a sobre carga de trabalho. Como dicas, sugiro a quem trabalha nestas equipes, trabalhe muito core (estabilização da musculatura), propriocepção (reforço das articulações em membros inferiores) e a borrachinha também é importante para fortalecimento da musculatura. 

Se possível, durante a temporada o período de folga após os jogos deverá ser de 48 horas, isso ajuda muito na preparação. Os principais obstáculos encontrados é a busca pelo resultado imediato (fruto da cultura vinda do futebol), o que pode causar lesões e acabar por prejudicar o trabalho no restante da temporada. Para finalizar, o trabalho em conjunto da comissão técnica e departamento médico é essencial para o desenvolvimento da equipe na temporada, recuperação de pequenas lesões em curto prazo, recuperação ativa na fisioterapia, trabalho conjunto da parte física com a fisio,tudo isso é de grande valia para equipe que durante o ano fará no mínimo 50 jogos. 

Fico por aqui e agradeço ao Mauro pelo espaço cedido. 
Desejo a todos um ótimo 2015 que seja de muito sucesso. 
Grande abraço.

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