PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE

Essa semana fiquei conversando 30 minutos com um dos professores de tênis do Corinthians, dentre os diversos temas abordados, comentamos sobre o desgaste físico em uma partida de tênis, muitas vezes ultrapassando 4 horas de atividade, no entanto ele me alertou sobre um detalhe interessantíssimo, em um jogo de tênis o atleta passa apenas de 20 a 25% do tempo em atividade física, o restante do tempo que equivale a grande maioria da partida é constituída pelos intervalos entre os games e sets, além do tempo perdido com os diversos primeiros serviços errados, fiz essa breve introdução, pois, a conclusão de nossa conversa foi muito simples, o equilíbrio psicológico é extremamente importante afinal o atleta tem muito tempo para pensar e analisar suas ações, além das reflexões de maior porte, como o prejuízo de uma derrota, as conseqüências para sua carreira entre outros fatores que possam estar acontecendo simultaneamente na vida do atleta.

Tentei então criar uma opinião e realizar uma transição dessa análise para o esporte coletivo e principalmente para o futsal, existem algumas diferenças que acredito ser necessário pontuá-las como o envolvimento de outras pessoas para o alcance do seu objetivo, afinal o atleta de futsal não consegue vencer uma partida sozinho, diferente do tenista, porém a recíproca é verdadeira o atleta de tênis pode perder sozinho, já o salonista dividirá sua derrota com seus companheiros, no entanto ambos vivenciam situações semelhantes como seqüência de derrotas aonde o atleta precisa de estímulos psicológicos para ser lembrado o quanto ele é capaz, afinal o esporte coletivo é composto de performances individuais, um caso clássico é do atleta que não costuma ser relacionado para as partidas ou atletas que estejam lesionados, pois, os mesmos acabam se sentindo sozinhos, alem dos componentes do jogo tradicionais como a técnica, tática e física precisam receber treinamento psicológico.

Acredito que a psicologia esta cada vez mais inserida no meio esportivo, nossa equipe possui o acompanhamento diário de uma psicóloga e isso facilita muito para sabermos em que momento nossa equipe se encontra, quais as fraqueza, quais os medos individuais e também os objetivos, precisamos ter um perfil comportamental de nossa equipe, saber até onde podemos pressioná-los, em que momento podemos relaxar sem que entremos na zona de conforto.

Um bom exemplo foi nossa temporada de 2010, passamos o ano todo focado em nossos objetivos e conseguimos superar muitas adversidades durante o ano, lembro que o início da Liga Nacional foi muito ruim, dois jogos e duas derrotas, estávamos pressionados, no entanto respondemos de forma incrível passando depois disso 17 jogos invictos, quantidade surpreendente pelo equilíbrio do campeonato, no segundo semestre sofremos uma desclassificação na semi final inacreditável pela maneira que aconteceu, porém conseguimos retomar nosso caminho e um mês depois já estávamos disputando e ganhando outro título nacional que foi a Taça Brasil.